sexta-feira, 21 de abril de 2017


Meninas com TDAH


Mulheres com transtornos de déficit de atenção e hiperatividades podem passar despercebidas e sofrer por muitos anos sem tratamento.
Todo dia era sempre a mesma coisa, mal começavam as aulas, começava a ansiedade da “tia” que alem de cuidar de seus afazeres precisava localizar o Joãozinho durante as aulas, já que ele naturalmente não se encontrava sentado onde deveria estar, em sua carteira escolar. Certamente ele deveria ter chamado transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Em meio de toda a baderna a professora ficava alheia à menina sentada lá pelo meio da sala olhando tão pensativa pela janela que parecia  não se dar conta da bagunça, não havia porque se preocupar com aquela menina aparentemente tranqüila, o que a  professora não percebia era que por debaixo da cadeira, uns pezinhos balançavam irrequieto na mesma velocidade do pensamentos da sua dona, seu nome só era lembrado na hora da chamada.
Invisível para a professora, ainda que criativa, perderia a autoestima à medida que ganharia peso e hormônios, seu colega diagnosticado precocemente não precisou passar pela mesma  causa de sofrimento. Mulheres com TDAH, podem diferentemente dos homens, passar despercebidas, pois nelas predomina a falta de hiperatividade, tal peculiaridade contribui para o número de homens com transtorno seja maior que das mulheres.
Embora menos frequentemente que na população feminina, garotos com transtorno e sem hiperatividade, sofrem com o transtorno, a desorganização, esquecimento, sensação de abandono, dificuldade de adaptação e de cumprimento de horários, prazos e obrigações e cuidados com os filhos.
Quando não é feito um diagnóstico precocemente, o preço é bastante alto para as mulheres, pois diferentemente dos homens, espera-se que elas sejam, atentas, dedicadas, calmas, organizada  e delicadas nos gestos , em conseqüência, sofrem com reprimendas, antes de chegarem a vida adulta.
Sua falta de habilidade para planejar, administrar tarefas e se concentrar, causa ansiedade e depressão, não só pelas condenações implícitas e explícitas, mas pelo próprio desconforto e prejuízo  que essas características trazem. A medida que vão crescendo, aumenta  a carga de responsabilidades e a exigência das tarefas que devem  cumprir, seja no âmbito acadêmico, seja no profissional.

Dificuldades de manter-se atenta, concentrada e terminar seus afazeres, podem ser agravada pelo grau de responsabilidade crescente, inerente às ocupações de adulto. As mulheres com TDAH passam por dificuldades bem específicas durante seu desenvolvimento. Não é preciso pensar muito para concluir que justamente as características destas mulheres, mais do que das outras, podem fazê-las sofrer desaprovação, por conseqüência é comum que desenvolvam baixa autoestima , afinal desde cedo foram acostumadas a ouvir observações sobre sua falta de modos, desorganização, desleixo e falta de capricho, críticas que as pessoas do sexo masculino normalmente não costumam ouvir, pois as cobranças sociais e culturais são mais acentuadas nesses aspectos.
Para evitar isso, a família e os educadores precisam ter conhecimento do que é o transtorno e como essas meninas devem ser estimuladas e valorizadas. Muitas vezes é importante buscar ajuda especializada para melhorar a capacidade de organização e atenção, tornando sua mente irrequieta mais apta a deixar florescer as vantagens que o “funcionamento TDAH” pode proporcionar.


Meninas com TDAH, Silva Ana Beatriz Barbosa, Mente & Cérebro, Edit. Duetto, pag. 56 a 61, Fev. 2010.
Bases Biológica do Comportamento Hano.
Professor: Paulo Bregolin

Iara A. agundes

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