Meninas com TDAH
Mulheres com transtornos de
déficit de atenção e hiperatividades podem passar despercebidas e sofrer por
muitos anos sem tratamento.
Todo dia era sempre a mesma
coisa, mal começavam as aulas, começava a ansiedade da “tia” que alem de cuidar
de seus afazeres precisava localizar o Joãozinho durante as aulas, já que ele
naturalmente não se encontrava sentado onde deveria estar, em sua carteira
escolar. Certamente ele deveria ter chamado transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH).
Em meio de toda a baderna a
professora ficava alheia à menina sentada lá pelo meio da sala olhando tão
pensativa pela janela que parecia não se
dar conta da bagunça, não havia porque se preocupar com aquela menina aparentemente
tranqüila, o que a professora não
percebia era que por debaixo da cadeira, uns pezinhos balançavam irrequieto na
mesma velocidade do pensamentos da sua dona, seu nome só era lembrado na hora
da chamada.
Invisível para a professora,
ainda que criativa, perderia a autoestima à medida que ganharia peso e
hormônios, seu colega diagnosticado precocemente não precisou passar pela
mesma causa de sofrimento. Mulheres com
TDAH, podem diferentemente dos homens, passar despercebidas, pois nelas
predomina a falta de hiperatividade, tal peculiaridade contribui para o número
de homens com transtorno seja maior que das mulheres.
Embora menos frequentemente que
na população feminina, garotos com transtorno e sem hiperatividade, sofrem com
o transtorno, a desorganização, esquecimento, sensação de abandono, dificuldade
de adaptação e de cumprimento de horários, prazos e obrigações e cuidados com
os filhos.
Quando não é feito um diagnóstico
precocemente, o preço é bastante alto para as mulheres, pois diferentemente dos
homens, espera-se que elas sejam, atentas, dedicadas, calmas, organizada e delicadas nos gestos , em conseqüência,
sofrem com reprimendas, antes de chegarem a vida adulta.
Sua falta de habilidade para
planejar, administrar tarefas e se concentrar, causa ansiedade e depressão, não
só pelas condenações implícitas e explícitas, mas pelo próprio desconforto e
prejuízo que essas características
trazem. A medida que vão crescendo, aumenta
a carga de responsabilidades e a exigência das tarefas que devem cumprir, seja no âmbito acadêmico, seja no
profissional.
Dificuldades de manter-se atenta,
concentrada e terminar seus afazeres, podem ser agravada pelo grau de
responsabilidade crescente, inerente às ocupações de adulto. As mulheres com
TDAH passam por dificuldades bem específicas durante seu desenvolvimento. Não é
preciso pensar muito para concluir que justamente as características destas
mulheres, mais do que das outras, podem fazê-las sofrer desaprovação, por
conseqüência é comum que desenvolvam baixa autoestima , afinal desde cedo foram
acostumadas a ouvir observações sobre sua falta de modos, desorganização,
desleixo e falta de capricho, críticas que as pessoas do sexo masculino
normalmente não costumam ouvir, pois as cobranças sociais e culturais são mais
acentuadas nesses aspectos.
Para evitar isso, a família e os
educadores precisam ter conhecimento do que é o transtorno e como essas meninas
devem ser estimuladas e valorizadas. Muitas vezes é importante buscar ajuda
especializada para melhorar a capacidade de organização e atenção, tornando sua
mente irrequieta mais apta a deixar florescer as vantagens que o “funcionamento
TDAH” pode proporcionar.
Meninas com TDAH, Silva Ana
Beatriz Barbosa, Mente & Cérebro, Edit. Duetto, pag. 56 a 61, Fev. 2010.
Bases Biológica do Comportamento
Hano.
Professor: Paulo Bregolin
Iara A. agundes
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