domingo, 19 de março de 2017


Além da Tristeza
Iara A. Fagundes
Sintomas depressivos, não raro, são definidos por pacientes recorrendo a uma metáfora de uma espessa camada de névoa que envolve e potencializa as dores da existência. Nas próximas décadas a depressão deverá afetar mais pessoas que o câncer ou doenças cardíacas. Pesquisas apontam que entre 30% e 50% das pessoas já preencheram, em algum momento da vida, os critérios diagnósticos do transtorno depressivo maior. Depressão é uma síndrome clínica comum de causa multifatorial. Pode ser desencadeada por problemas psicológicos ou emocionais de origem variada, alterações do funcionamento cerebral - ou de algumas partes do cérebro - e, ainda, ser secundária a enfermidades clínicas, sempre causando algum prejuízo ao indivíduo. É uma doença incapacitante sendo mais prevalente em mulheres, nos homens, a depressão se apresentaria com sintomas não tão característicos, o que dificultaria o diagnóstico. O transtorno depressivo pode surgir em qualquer idade, porém as chances aumentam com o início da puberdade, nas crianças, a depressão clínica afeta uma proporção idêntica de meninos e meninas. As pessoas com um dos pais ou irmãos que tiverem sofrido de depressão maior têm mais probabilidades de vir a sofrer da mesma perturbação. A depressão varia de pessoa para pessoa, mas há alguns sinais e sintomas que são comuns. Os agentes desencadeadores da depressão, situações infelizes, estresse, circunstâncias adversas, problemas profissionais, familiares, momentos de perda, de ruptura, ou seja, trata-se de uma depressão causada fundamentalmente por fatores ambientais considerados agentes externos (depressão exógena), agora quando a causa não está em estressores externos estamos falando da depressão endógena, que é devida a fatores constitucionais, internos, de origem biológica e/ou predisposição hereditária. Trata-se da consequência da falta de certos neurotransmissores no cérebro: dopamina, noradrenalina e principalmente a serotonina e ocitocina, que são hormônios reguladores das emoções, é o conjunto de neurotransmissores que quando produzidos, são responsáveis pela sensação de Felicidade. Há comprovações que a depressão não trás somente desconforto, ela pode ter repercussão mais graves, como a atrofia de regiões específicas do cérebro ( hipocampo – espécie de controle dos processos de aprendizagem e memória) processo que pode ser detido com tratamento adequado. As expectativas são atualmente muito boas, com os métodos de tratamento atuais, e principalmente com os fármacos de ultima geração, o prognóstico é realmente muito bom. A depressão apresenta-se como um elevado fator de risco para o suicídio, quando estes sintomas são esmagadores e incapacitantes, é mais que na hora de procurar ajuda especializada. Alguns sinais e sintomas comuns da depressão são: • Sentimentos de desamparo e desesperança; • Perda de interesse nas atividades diárias; • Alterações no apetite ou no peso; • Alterações do sono; • Irritabilidade ou inquietação; • Perda de energia; • Problemas de concentração; • Perda da libido; • Dores inexplicáveis. Procure por ajuda especializada, não fique remando contra a maré, buscar terapia não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário é sinal de garra e vontade de lutar.

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